quarta-feira, 4 de junho de 2014

Stars at Night

Abri os olhos pisando fora do cárcere da vida real. A noite já havia beijado o horizonte, trazendo às estrelas, suas constelações, e à mim, desafortunada paixão.
Sabia eu, que em momento de olhar o céu, vistando a cruz de 5 diamantes, seria engolida por suas memórias e abraçada por sua infinita escuridão, que presenciara, tempos antes, o meu amor.
Leve-me então, noite bendita, ao campo dos refugiados, pois é lá que posso tocá-lo.
E se não me for julgada digna, brilha Lua e engole o Sol, para que acendas em eterna noite e possa, para sempre, ficar olhando esta cruz de estrelas, mergulhando em suas memórias vividas do rosto de quem amo.

sexta-feira, 4 de abril de 2014

One More Day.

Cruzei o portão antes já cruzado. Olhos farejando os seus. A respiração antes forçada, agora era esquecida. Em um gole de ar vi seu rosto que acabara de encontrar-me. Meu corpo se pôs em uma velocidade magnética, atraindo-se para mais perto, minhas mãos fracas deixaram que a mala fosse ao chão enquanto corria pros teus braços. Me faltando o jeito... desacelerando ao sentir teu toque.
Deixei que meu rosto percorresse o teu, sentindo cada nuance de tua pele. Peguei-me rindo enquanto lágrimas corriam pelos olhos, e você as beijava uma a uma.
Como podia me sentir tão dona de alguém que já me possuía? A felicidade tornava mais uma vez difícil de respirar. Toquei teus lábios com mais carinho que poderia dizer, me demorando, respeitando o silêncio dos braços que me envolviam.

...
A lágrima, que fora real, percorreu meu rosto me fazendo acordar gelada.
Ainda na cama o sorriso se atrelava a dor, que latejava e rebuscava o sentimento. Como desejava, como esperava! Ficaria sempre sem saber se fora um presente dos anjos ou mais uma de suas cruéis peças, sentados ao céu, rindo com a amarga inveja que nos fizera separados.

quinta-feira, 6 de março de 2014

Añoranza

Uns segundos no silêncio e o vento veio acordar meu olhar. Por quanto tempo me afastei...
Mais uma onda de silencio abafou meus poucos pensamentos, voando no vazio, jogados com desleixo. Não importa.
Uma dor apertou meu peito, quase física, sufocando-me a garganta... forcei a respiração, engolindo o que me fazia mal, e sua imagem veio à mim, sorrindo como te conheci. O pensamento de sentir o seu toque me preencheu de êxtase, fazendo minha cabeça pender para trás em um sorriso embriagado. A saudade me abraçou beijando a lágrima em meu rosto.
Invejosos anjos que nos separaram!
Eu permaneceria então, vivendo pelo fim da estiagem, me alimento de lembranças, esperando para me deleitar em sua chuva, esperando para estar
em casa.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Pecado

Eu via as luzes da cidade e o vento forte da maresia não era a unica coisa que sentia.
Algo novo. Uma
sede entorpecente, vício pedindo saciedade, gritando. 
Eu não queria lutar contra aquilo, enquanto as luzes da cidade se aproximavam eu era dominada pelo pecado. Me entregar. Meus demônios imploravam liberdade. 
Silencio, quero ouvir-los arranhando.
O mundo fora da gaiola. Eu sentia uma sociedade hipócrita se partindo sob meus pés e não podia deixar de sorrir.
Quando as luzes da cidade me tocaram eu fechei os olhos e deitei na noite, libertando o demônio,
libertando à mim.

domingo, 27 de outubro de 2013

Lembranças à você

Minha saudade aperta nesse lugar, ouço uma musica tão leve quanto o seu sorriso, e enquanto sinto o vento passar arrastado, sua presença se torna quase física. 
Me transportando para aquele tempo. 
Sua voz ecoando... levando meu coração através das fronteiras. Meu sorriso quase uma tatuagem irreversível.
Minha memória que me prega peças de mau gosto me deixa esquecer, mas meu coração ainda vive livre naquele sentimento, o revivendo longe de qualquer barreira ; 
E outrora ele retorna e me sorri, mandando notícias dos refugiados no verdadeiro amor. 



quarta-feira, 11 de julho de 2012

Doce Cavalheiro


Hoje sonhei com você de novo. Fazia tempo.
Não posso dizer que foi bom, me prendi em uma agonia de lembranças que agora e outrora vem me afogar. Vi seu rosto somente na lembrança de uma lembrança e temo esquecê-lo ali.
Somente ali então, pois meu peito ainda vibra em carne viva com seu nome. Mas não dói por você, não meu cavalheiro, ainda vejo seu sorriso com amor seja para quem ele for. Dói por mim, por meus erros, por não demonstrar e ter medo de fazer o que eu sempre soube ser certo, por falhar com nós.
O vi se tornar o homem que eu sempre soube que seria, e o amei em cada mudança, em cada plano, em cada defeito. O amei por me tornar melhor, por não dizer nenhum grande discurso e ainda sim ser meu melhor alento. Como eu queria que soubesse que ainda o sinto, e ainda sim não mudaria nada.
Ah eu espero que saiba meu cavalheiro de armadura brilhante e poucas palavras, que apenas seu olhar me conforta, me torna forte e me faz querer mergulhar em seus braços. Apenas abraçados numa tarde inteira era nosso sonho, se lembra?
Meu cavalheiro sabe que não precisa me conhecer para me entender. Então ainda sonho com nosso encontro, em ver seu rosto e tocá-lo uma única vez, sonho em ser novamente aquela que você admira, mesmo sem motivo algum.

Minhas palavras nunca serão o bastante para explicar ou trazer bons sentimentos. Então busco alento em nossas memórias não tão distantes, mas intocadas. E chorarei uma lágrima em cada dia, apenas por saudade da fantasia, pois quem já viveu o paraíso passa por louco na Terra.
Meu único cavalheiro, amor é uma magia pura que nosso mundo de terra seca conseguiu aprisionar apenas os finais felizes. Não pense que estou sofrendo, não doce cavalheiro, seu amor seguirá em meu coração, pois ele me lembra que existe amor verdadeiro, puro por si só. Mesmo sem finais felizes, ele ainda existe.

Eu espero que saiba doce cavalheiro.



terça-feira, 10 de julho de 2012

Apenas seja real


Ele nunca saberia. Ele nunca imaginaria.
Eu posso ver seu rosto do outro lado.
Ele nunca entenderia a saudade.
Eu sinto a falta, sinto a necessidade. Me deixe lembrar das brigas, me deixe lembrar da dor, me deixe lembrar de você com ela, ou do modo como ficava irritado ao me ver com ele. Me deixe saborear o jeito como eu odeio não ter nada para odiar em você. Me deixe voltar ao dia em que desligou o celular enquanto eu ainda falava. Me deixe voltar ao dia em que nos conhecemos, quero ver seu rosto de novo, suas histórias, quero sentir raiva dos seus inimigos mais uma vez. Me apresente de novo o seu trabalho mais engraçado. Me deixe sonhar com você mais uma vez. Me deixe sentir a dor de ver você indo embora. 


Me deixe sentir. Mas não me deixe pensar como se nunca tivesse acontecido, não me faça deixar para trás.
Sinta comigo, em mim, qualquer coisa. Pois até a dor é uma lembrança de que tudo foi real.

segunda-feira, 9 de julho de 2012


Estava sentada na areia olhando o mar
Já era noite e eu ainda pensava no sonho daquela manhã. Era tão forte, inevitável, as cenas iam e vinham...

(...) Eu estava recebendo ele e a namorada em casa, morava sozinha, e era a primeira vez que nos víamos. Ele era como eu conhecia e ela, pra minha surpresa, se deu muito bem comigo. Conversamos horas a fio, e confesso que só resistia por não olhá-lo. Então ela foi ao banheiro e nós ficamos sozinhos, ele já ia começar a falar quando o interrompi:
- Por favor, assim que ela voltar, diga que quer ir embora, eu não posso...Não posso te olhar por um segundo sem desejar seu cheiro, sua boca.. com cada parte de mim!
Ele tinha culpa nos olhos. Eu os encarei um tempo e depois baixei o meu olhar:
- Eu achei que conseguiria, mas não posso.
Ficamos em um silencio que logo foi quebrado pelo barulho de uma porta.... E então eles já estavam fora (...)
O vento despenteava meu cabelo e a onda quebrou forte, quase como se soubesse a cena que estava por chegar...
(...) Eu estava em casa inerte nos óbvios pensamentos, a campainha tocou em dois toques apressados e fui atendê-la despreocupada ... Ele vestia uma camisa de mangas que estavam dobradas e com uma gola um pouco amarrotada, seu olhar ainda era pesaroso, mas era o mesmo rosto... Depois de me encarar uns segundos, baixou o olhar:

- Me desculpe, me desculpe pelo que passou, pelo que te fiz sentir...
Sua voz era doída... Mas então ele me olhou e acomodou suas mãos para segurar meu rosto, sua expressão era séria, mas sua voz era aveludada e seus olhos eram de uma imensidão verde que me deixava fraca:
- E principalmente, me desculpe pelo que vou fazer agora.
E então eu senti os lábios quentes, lisos e incrivelmente macios, seu hálito era fresco e contrastava com o beijo. Uma das mãos escorregou para minha nuca e se amarrou nos meus cabelos com jeito, a outra ainda pressionava meu rosto, puxando minha boca, meu beijo, minha vida pra mais perto da dele
(...)
 As ondas quebraram tão fortes que respingou água no meu rosto, com meus olhos ainda pressionados, eu me encolhi tentando afagar a dor. Nem nos mais reais dos sonhos eu poderia sentir seu toque. As cenas se embaralhavam como reprises, eu quase podia sentir esperança. Quase. Então uma dor forte apertou meu peito e eu sabia: Eu nunca o veria.